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1887

Fundação da AAC

A Associação Académica de Coimbra foi fundada no dia 3 de Novembro de 1887, mas as suas origens remontam à criação da Academia Dramática, em meados do século XIX. A Associação Académica de Coimbra instalou-se no Colégio de São Apóstolo e o seu primeiro presidente foi António Luiz Gomes, estudante de Direito que mais tarde se tornaria reitor da Universidade de Coimbra.

1912

Primeiro Jogo

O primeiro jogo de futebol da Associação Académica de Coimbra data de Janeiro de 1912, sendo na altura presidente Álvaro Bettencourt Pereira de Athayde. A preparação para o aguardado encontro foi tal que a equipa começou a treinar-se no dia 8 de Janeiro, na Ínsua dos Bentos, local onde se viria a disputar o duelo com o Ginásio Club de Coimbra. Nessa partida, disputada no dia 28, a Académica surgiu equipada com camisolas brancas e calções pretos, num encontro que terminaria com a vitória da Associação Académica de Coimbra por 1-0.

1913

Primeiro Troféu

Três meses depois de ter disputado o seu primeiro jogo, a Académica estreou-se em competições oficiais, na Taça Monteiro da Costa. No entanto, seria na segunda edição da prova, a 9 de Março de 1913, que a Associação Académica iria vencer o seu primeiro troféu, sagrando-se “campeã do Norte”. Na final, a Académica bateu o FC Porto por 3-1.

1922

Campo Santa Cruz

Depois de uma inauguração informal em 1918, o Campo de Santa Cruz foi, finalmente, alvo de uma cerimónia oficial, a 5 de Março de 1922, que marcou o arranque do novo campo da Associação Académica de Coimbra. Com o objetivo de celebrar o segundo aniversário da “Tomada da Bastilha”, a Académica recebeu o Académico do Porto numa partida que acabou por perder por 4-3. A inauguração do campo mobilizou a cidade e o pontapé de saída foi dado pelo então reitor e antigo presidente da AAC, António Luiz Gomes. Na altura, o jornal “O Despertar” foi claro ao classificar o Campo de Santa Cruz como o “melhor do país”.

1934/35

Estreia na 1ª Liga

A época de 1934-1935 representa uma revolução no panorama desportivo português e é criada a 1ª Liga, que passa a ser a prova principal de futebol. A Académica, como vencedora do Campeonato de Coimbra, garantiu a presença nessa competição depois de vencer o União, naquele que foi o primeiro jogo a ser transmitido pela rádio. Na 1ª Liga, a AAC consegue a sua primeira vitória na quinta jornada da segunda volta, depois de bater o Académico do Porto por 2-1. O primeiro jogo da Briosa na 1ª Liga data de 20 de Janeiro de 1935, com o Sporting, no Campo de Santa Cruz.

1939

Conquista da Taça de Portugal

No dia 25 de Junho de 1939, a Académica conseguiu uma das maiores conquistas desportivas da sua História, arrecadando a primeira Taça de Portugal, uma competição que substituiu o então denominado Campeonato de Portugal. Depois de eliminar o Covilhã, o Académico do Porto e o Sporting, a Académica tinha pela frente, no jogo decisivo, o Benfica. Perante 30 mil espectadores, no Campo das Salésias, a Académica venceu os encarnados por 4-3, com golos de Pimenta, Alberto Gomes e dois de Arnaldo Carneiro. Os festejos duraram dias e a cidade de Coimbra recebeu em êxtase os seus heróis… Assim se escreveu uma página de ouro na História da Académica!

1949

Novo Estádio

No dia 20 de Janeiro de 1949, a Académica joga pela primeira vez novo estádio Municipal, abandonando o Campo de Santa Cruz. No novo recinto, a grande novidade foi mesmo o facto de ser relvado, algo completamente desconhecido em Coimbra. Na primeira partida, a Briosa jogou frente a Portugal num encontro que terminou empatado a três bolas. Foi a única vez que Bentes jogou contra a Académica…

1949/50

Campeões Nacionais de Júniores

Depois de várias tentativas frustradas, a equipa de juniores da Briosa sagrou-se pela primeira vez na História campeã nacional depois de ter vencido o Benfica por 2-1, numa partida disputada no Estádio de Alvalade. Comandada pelo inevitável Alberto Gomes, a Académica eliminou o Viseu e Benfica, o Covilhanense e o FC Porto antes de chegar ao jogo decisivo.

1951/52

Campeões Nacionais de Júniores

Dois anos, a Académica voltava a repetir a façanha ao bater na final o Portalegrense por 2-1. A Briosa, orientada pelo mesmo treinador da equipa principal, Oscar Tellechea, conseguiu o título apenas na partida de desempate uma vez que no primeiro jogo as equipas ficaram-se por um empate. Frias e Chico foram os autores dos golos da Académica.

1953/54

Campeões Nacionais de Júniores

A Académica volta a sagrar-se campeã nacional de juniores, título que conquista pela terceira vez na sua História. Na final, a Briosa venceu o CUF do Barreiro por 2-0, mas apenas à terceira tentativa uma vez que nas duas partidas antes efectuadas, as equipas não foram além de um empate. Oscar Tellechea levou assim a Académica a novo sucesso no escalão de juniores num encontro onde Nunes de Almeida e Belito foram os autores dos golos.

1966/1967

A melhor classificação de sempre

No campeonato a Briosa terminou na segunda posição atrás do Benfica naquele que foi, diga-se, um duelo bastante intenso e que durou até final. Três pontos apenas separaram as duas equipas no final do campeonato que coroou ainda o avançado Artur Jorge como segundo melhor marcador da competição, apenas ultrapassado por Eusébio. No Académica vs Benfica desse ano, foram 43 mil os espectadores que marcaram presença no “Municipal”, no chamado jogo do título e que terminou com a vitória dos encarnados por 1-0. Também a Comunicação Social elogiava o futebol da Briosa, treinada por Mário Wilson, mas os jogadores sempre conseguiram afastar essa pressão com frases como esta: “Título? Qual título? Eu tenho um exame de alemão amanhã…”, dissera Artur Jorge.

1966/1967

Campeões Nacionais de Juvenis

A época 1966/1967 foi uma época de ouro para a Académica. Depois de brilhantes prestações no campeonato e Taça de Portugal, a equipa de juvenis realizou também uma brilhante campanha e que terminou com a conquista do campeonato nacional. A Briosa, treinada por Bentes, venceu na final o Benfica por 1-0.

1968/69

Estreia nas competições Europeias

A Académica faz a sua estreia em competições europeias na temporada 1968/1969 e só o desempate por moeda ao ar a faz ser eliminada na primeira ronda da Taça das Cidades com Feira, aos pés dos franceses do Olympique de Lyon. A Briosa perdera em França por 1-0 mas em Coimbra venceu pelo mesmo resultado. No final, o capitão da Académica, Rocha, escolheu o lado errado da moeda e quando a mesma caiu no relvado com a cara do General Franco para cima, a desilusão abateu-se sobre os estudantes. Curioso também o facto de a Académica ter sido proibida de disputar a competição no ano passado porque a UEFA entendeu que Coimbra não tinha uma feira capaz de habilitar a equipa a disputar a prova.

1969

Final da Taça e a crise Estudantil

Em 1969, a Académica atinge pela quarta vez a final da Taça de Portugal numa altura onde Francisco Andrade era o técnico da Briosa. O jogo decorria com superioridade da Académica que chegou a estar em vantagem mas o Benfica daria a volta ao resultado no prolongamento. O. Mas o encontro entre a Académica e o Benfica foi muito mais que um simples jogo de futebol…

A final da Taça de 1969 foi seguramente a mais politizada de todas as que se disputaram até agora. A crise estudantil estava ao rubro, a Académica estava solidária com os estudantes de Coimbra e a Direcção Geral da AAC aproveitou o jogo para dar visibilidade às suas reivindicações. O topo sul do Estádio Nacional foi um autêntico “comício contra o regime”, com os estudantes a mostrarem cartazes onde se podia ler “Universidade livre”, “Melhor ensino, menos polícias” ou “Ensino para todos”. Foi a primeira vez que a final da Taça não teve transmissão televisiva e nem o Presidente da República nem o Ministro da Educação marcaram presença no Jamor…

1974

CAC – Clube Académico de Coimbra

Após a subida de divisão a Académica vive o momento mais conturbado da sua História. A 20 de Junho de 1974, uma Assembleia Magna de estudantes decidiu a extinção da secção de futebol, isto numa altura em que a equipa estava numa digressão em Espanha.

Os sócios da secção de futebol da Académica recusaram-se a aceitar a ideia de excluir o futebol de alta competição e, num plenário da secção, liderado por Júlio Couceiro, propõem a constituição do CAC, aprovado pelos 500 associados presentes. O presidente da AF Coimbra, Guilherme de Oliveira, mostrou estar do lado do grupo e rapidamente reconhece o CAC como sucessor legítimo e legal da secção de futebol. Apesar de numa primeira fase, o processo ter sido indeferido pela FPF, dando origem a inúmeros protestos e manifestações, o Conselho de Justiça da FPF acabou por anular as decisões anteriores e reconhecer o CAC.

1984

O regresso à casa-mãe: o nascimento do Organismo Autónomo

10 anos depois, o Clube Académico de Coimbra foi extinguido. Tudo aconteceu a 27 de Julho de 1984 quando o auditório da Associação Académica de Coimbra foi o local escolhido para que Ricardo Roque, presidente da AAC, e Jorge Anjinho, presidente do CAC, assinassem o protocolo que consagrou a extinção do Clube Académico de Coimbra e a sua reintegração na casa-mãe, agora com o estatuto de organismo autónomo. Nascia então a AAC / OAF – Associação Académica de Coimbra / Organismo Autónomo de Futebol.

2003

Inauguração Estádio Cidade de Coimbra

No dia 29 de Outubro de 2003, a Briosa entra pela primeira vez em campo no remodelado Estádio Cidade de Coimbra, numa partida frente ao Benfica. O jogo começou em festa e foram muitos os espectadores que assistiram a esse encontro. O primeiro golo pertenceu a Tonel, mas o jogo terminou com a derrota dos “estudantes” por 3-1. Este foi então o primeiro encontro oficial disputado no remodelado recinto da Briosa.

2007

Inauguração Academia Briosa XXI

A Academia Briosa XXI é, hoje, a casa-forte da Académica. Situada no limiar da cidade de Coimbra, o centro de treinos da Briosa é um espaço exemplar que apresenta condições de excelência, ideais para um clube de futebol profissional, bem como para todos os seus escalões de formação. Inaugurada no dia 15 de Dezembro de 2007, na presença do Secretário de Estado da Juventude e Desporto, Dr. Laurentino Dias, e do Presidente da Académica, Eng. José Eduardo Simões, a Academia Briosa XXI é uma das grandes obras da História da Académica.

2012

Conquista Taça de Portugal

Se na época transacta os “estudantes” tinham caído nas meias-finais, desta feita a Académica conseguiu carimbar o regresso ao Estádio Nacional, 43 anos depois. Oriental, FC Porto, Leixões, Desp. Aves e Oliveirense ficaram pelo caminho e no Jamor seria o Sporting o adversário, numa final inédita. 

Ricardo; Cédric, João Real, Abdoulaye, Hélder Cabral; Diogo Melo, Adrien, David Simão; Marinho, Diogo Valente e Edinho. Foi este o onze que iniciou o jogo no Jamor. Frente a um Sporting apontado como grande favorito à vitória final, os “estudantes” entraram em campo a pisar as capas negras em sinal de respeito e esse foi o incentivo final para que o conjunto de Pedro Emanuel dominasse, do princípio ao fim, as incidências do jogo. Logo aos três minutos, Marinho fez o único golo da partida, após cruzamento de Diogo Valente, e levou os cerca de 14 mil adeptos da Académica ao verdadeiro delírio. Os minutos seguintes foram certamente dos mais longos da História da Briosa mas quando Paulo Baptista apitou para o final da partida, estava escrita mais uma página no livro dourado da Briosa: 73 anos depois, a Taça voltou para Coimbra!

2012/2013

O regresso à Europa, 41 anos depois

A vitória na Taça de Portugal na época transacta cumpriu o “sonho de gerações” dos adeptos da Briosa e para este novo ano estava reservada uma nova e especial aventura: o regresso às competições europeias e logo com acesso directo à Fase de Grupos da Liga Europa. O sorteio ditou o Viktoria Plzen (República Checa) Hapoel Tel-Aviv (Israel) e Atlético Madrid (Espanha) como adversários no Grupo B da competição e os “estudantes” cedo se assumiram como os “outsiders” da prova. A Académica terminou na terceira posição e não conseguiu a qualificação para a fase seguinte mas para a História fica a vitória sobre o Atlético de Madrid, em Coimbra, por 2-0 (dois golos de Wilson Eduardo). Os madrilenos eram os detentores do troféu e gabavam-se de terem alcançado um feito inédito de 16 vitórias consecutivas na Europa. Caíram… em Coimbra.

Símbolo

A história do atual símbolo da Briosa obriga-nos a falar, orgulhosamente, de Fernando Ferreira Pimentel. Este antigo estudante de Medicina, nascido em Manteigas a 22 de Julho de 1905, foi o responsável pela criação e desenho do actual emblema, no longínquo ano de 1928. No entanto, o losango que hoje todos conhecemos nem sempre foi o símbolo da Académica…

Respeitando sempre a relação próxima com os estudantes universitários e a Academia de Coimbra, o emblema da Académica representou-se de várias maneiras antes de ganhar o seu desenho actual. Assim, desde a imagem de uma tricana a uma capa de estudante erguida num pau ou num mastro de bandeira, contam-se quatro versões anteriores à versão desenhada por Fernando Pimentel.

Na última versão não definitiva do emblema, este era representado pelas letras “AAC”. Foi numa partida com o Sporting que a Briosa usou pela primeira vez as três letras com o símbolo mas a verdade é que esse encontro não traz boas memórias para os estudantes. A Académica perdeu esse jogo por 9-1 e os novos emblemas foram considerados os culpados por esse desaire e nunca mais foram utilizados.

O clube de Coimbra passou então a jogar sem emblemas mas essa decisão durou pouco tempo. Isto porque em Junho de 1928, e a pedido de Armando Sampaio, na altura dirigente da Briosa, Fernando Pimentel meteu mãos à obra e desenhou o actual distintivo da Académica. No desenho final de Fernano Pimentel, a Instituição é apresentada com as iniciais do seu nome, AAC, e com a silhueta negra da Cabra, principal símbolo da Universidade de Coimbra, sendo que estes elementos estão inscritos dentro de um losango que dá forma ao mais bonito emblema que conhecemos. De referir ainda que durante o período em que a Académica existiu sob o nome de Clube Académico de Coimbra (CAC), de 1974 a 1984, o símbolo que a representou também foi outro.

Grupos de Apoio

A primeira claque da Académica, “Baralha Teórica”, surgiu em Novembro de 1927 e foi o resultado da crescente paixão dos estudantes de Coimbra pelo futebol. Os seus principais impulsionadores foram Júlio da Fonseca Lourenço e Euclides de Araújo, sendo que o grupo ficou caracterizado pelos seus “10 mandamentos”, os estatutos da claque. Apesar de se ter dissolvido uns anos mais tarde, os maiores apoiantes da Académica ficarão para sempre conhecidos como os “teóricos”.

Depois da dissolução da “Baralha Teórica”, a primeira claque da Académica, continuaram a surgir novos grupos de apoio à AAC e foi no final da década de 30 que a maior parte deles se constituiu. Na época 1934-1935 nasce o “Frascary Club”, cujo principal objectivo era dar apoio moral aos jogadores. Em 1936, deu-se a criação dos “Cowboys”, que se caracterizavam por se organizarem em banda musical mas também porque usavam sempre um lenço vermelho ao pescoço. Um ano depois, em 1937, surgiram “Os Fans” que, a par dos “Cowboys”, ressuscitariam na segunda metade dos anos 80. Foi então que, em Abril de 38, e quando nenhum clube tinha claques, os adeptos da Académica conseguiam já juntar duas mil pessoas para um jogo com o Belenenses, nas Salésias…

Ao longo dos tempos, foram ainda várias as claques que se formaram por amor à Briosa, quase sempre com designações reveladoras de muita imaginação: “FALCÕES”, PINDÉRICOS DA BORRACHA”, “GOELAS”, “NAVE DOS LOUCOS”, “BARALHA E TORNA A DAR” e “8º EXERCITO”.

Em 1985, surge uma nova vaga de grupos de apoio á Briosa, com ideias diferentes, maneiras de estar diferentes. Novas formas de apoio, mas sempre vestidos de negro. É nesta altura que é criada a mais antiga falange de apoio da Académica que se encontra em actividade plena. Estamos a falar da Mancha Negra, que ao contrário do que o seu nome indica, dá um belo colorido aos estádios onde se apresenta.

É da fusão de 3 grupos de adeptos da Académica, “Força Negra”, “Maré Negra” e “Solum Power” (este último o primeiro a aparecer) que surge a nova claque. Faltava então arranjar um nome para o grupo e o escolhido foi o de uma das mais populares personagens da Walt Disney: o Mancha Negra.

A Mancha Negra foi fundada a 3 de Março de 1985, data em que se disputou o jogo Académica – Sporting de Braga. Os objectivos deste novo grupo passavam por apoiar a Académica, participar activamente no desenvolvimento do mundo Ultra em Portugal e estabelecer amizades com grupos de apoio dos restantes clubes.

Mas a vertente inovadora e criativa da Mancha Negra não se esgota por aqui. Isto porque, a MN proclama também no seu historial o facto de ter sido a primeira claque a utilizar espectáculos de fogo-de-artifício nos estádios de futebol, em Portugal. Sob o lema “Se jogasses no céu … morreríamos para te ver”, a importância da claque na vida da Académica é reconhecida por todos e ela está sempre presente, onde quer que a Briosa jogue. A sede da Mancha Negra está situada no Pavilhão Eng. Jorge Anjinho.